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A cidade de Santo Antônio de Jesus, também denominada de Cidade das Palmeiras, devido as suas palmeiras seculares, é uma das mais importantes cidades do recôncavo baiano. No início, havia apenas descendentes dos índios de Pedra Branca, vivendo da caça, pesca e pequenos roçados. Os primeiros colonos foram chegando atraídos pela excelência das matas e fertilidade das terras. Em 1663, através de uma carta régia, foi delimitada uma área referente a uma légua quadrada de terras para aldeamento e sustento dos silvinícolas que ali se encontravam. Entre os que obtiveram patrimônios territoriais, constam os índios da Aldeia de Santo Antônio de Jesus.

Estudos levam a crer que em 1644 foi concedida a Antônio de Souza Andrade e João Borges de Escobar, a mais antiga sesmaria e a que mais se aproxima dos limites atuais do município de Santo Antônio de Jesus. A atuação dos Padres Matheus Vieira de Azevedo, José Ferreira e Bento Pereira, foi de grande importância na história da colonização. O Padre Matheus Vieira de Azevedo possuía um imóvel em Nazaré onde realizava missas e batizados. Algum tempo depois, adquiriu uma propriedade rural nas proximidades do rio Sururu, onde fixou residência e lá ergueu um oratório sob invocação a Santo Antônio. O Padre Matheus cultivava mandioca e produzia, com algumas dezenas de escravos, subprodutos em quantidade considerável.

Em pouco tempo, o oratório tornou-se ponto de convergência de uma região cada vez mais ampliada, levando o Padre a doar um quarto de meia légua em quadra de suas terras para construção de uma capela, por escritura pública lavrada em 27 de setembro de 1776. Sendo assim, os moradores mais próximos, assíduos e dedicados freqüentadores do oratório reuniram se e fundaram uma irmandade, na qual a discussão de um projeto resultou, em 23 de setembro de 1777, no início da construção e fundação da capela, pelo arcebispo metropolitano da Bahia, filiada a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré, em cujas roças estava situada.


Vista da Avenida Urcisino Pinto de Queiroz, centro da cidade.
 Dois anos depois, em 1779, a capela do Padre Matheus estava concluída e, daí por diante, novos moradores foram surgindo e erguendo suas casas ao redor da mesma, formando, assim, um núcleo urbano. A população foi crescendo e atraindo prestadores de serviços, negociantes, mascates, armazéns de secos e molhados, etc…Doze anos após a construção e funcionamento da capela, faleceu o Padre Matheus, em 12 de março de 1791.

Os anos passaram, o povoado foi se organizando e, por volta de 1832, foram criados e instalados o Juizado de Paz, a Guarda Nacional, escolas públicas e particulares, e a capelatemplo transformou-se em capela-arraial ao lado de seu comércio crescente

                                                                                                                                                                                                                                                    
Em 1852, o arraial passou a ser povoado e a capela do Padre Matheus transformou-se em Igreja Matriz.

Em 29 de maio de 1880, o povoado é elevado à categoria de Vila, ficando, assim, desmembrado de Nazaré, pela lei n° 1952. Nesse mesmo ano, a 7 de setembro, foi inaugurada a estrada de ferro, da qual Santo Antônio de Jesus seria fim-de-linha durante dez anos. Com isso o comércio local tomou grande impulso e engrandeceu a população.

Viajantes de toda parte descarregavam e recebiam mercadorias, e a capela do Padre Matheus, agora Vila, logo se destacou entre todos os lugarejos mais velhos, com a construção de novos prédios comerciais, mansões, palacetes e com a fixação de operários. A freqüência de jornais da capital, de Nazaré e Maragojipe dava à população dinamismo novo. Em 30 de Junho de 1891, o governo do estado resolve elevar Santo Antônio de Jesus à categoria de cidade.

Surgem novas obras: calçamentos de ruas, fontes públicas, Casa da Prisão, etc… Santo Antônio de Jesus viveu a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República e, apesar das dificuldades econômicas daquela época, a cidade não perdeu o vigor do seu desenvolvimento.

No século XX, Santo Antônio de Jesus é marcada pelo desenvolvimento da cidade em todos os sentidos: na parte administrativa, cultural, industrial e, finalmente, comercial, o qual viria, anos mais tarde, a se notabilizar. São fundadas as filarmônicas Amantes da Lira e Carlos Gomes, e a Santa Casa de Misericórdia. Surge a iluminação elétrica com motor movido a lenha. Inauguram se prédios escolares. Entra em circulação durante 52 anos consecutivos o grande jornal “O Paládio”, o qual circulava em cinco estados do Brasil.

  
Vista aérea da cidade. Foto: Luciano Almeida

Nessa época também existiam outros pequenos jornais e semanários. Foi feito também um projeto urbanístico com a plantação das palmeiras imperiais paralelas à linha do trem, nas imediações da antiga estação. Em 1931 o nome Santo Antônio de Jesus foi simplificado para Santo Antônio, sete anos depois voltou a vigorar a primeira denominação. Ainda na década de 30, um ilustre santantoniense, Dr. Landulfo Alves de Almeida, foi nomeado o Interventor Federal no Estado, o qual realizou grandes obras na Bahia e construiu o novo prédio da Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Jesus. Nessa época, são notáveis a cultura do fumo e café, e a extração do manganês. Tempo depois va

i surgindo a valorização da cultura da laranja. Temos também, com a criação do trio elétrico, a realização de grandes micaretas, inaugurações de clubes, sociedades, etc…

Em 1947 foi criada a comarca de Santo Antônio de Jesus. Com a chegada da BR101 e da luz elétrica definitiva, o município ganha outro grande impulso, tanto que hoje é considerada a cidade do interior mais importante do Recôncavo Baiano.

O município de Santo Antônio de Jesus foi emancipado politicamente no dia 29 de maio de 1880, está situado à margem da BR 101, a 187 km de Salvador (por via terrestre), com extensão territorial de 252 km2 e uma população de 77.368 habitantes, segundo dados do IBGE levantados no último Censo Demográfico de 2000. Delimita-se pelos municípios de Varzedo, Conceição do Almeida, Aratuípe, Laje, Muniz Ferreira, Dom Macedo Costa, Elízio Medrado e São Miguel.

Informações: Site Prefeitura Municipal

* Fotos da abertura do Site: Arquivo Prefeitura Municipal e Luciano Almeida

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